sábado, 23 de novembro de 2019

silêncio preciso escutar o que se passa aqui dentro
dentro da minha ilha,  assim como os que estão ao meu lado
essas ilhas me dão raiva, porque aqui não tenho o que consigo ter por dois dias da semana
sob a redoma aprendo a guardar o íntimo.
queria que soubessem que pensamento faz doer a sua cabeça, de uma maneira tão intensa que não dá pra fazer nada a não ser tentar escutar o que quer dizer.
mas não consigo porque tem muito barulho por todo os lados
continua a doer.
gostaria também de interpretar direito o que significa.
porém é um labirinto de emaranhados de sentimentos e cenas em loop

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

É preciso coragem
Para me dar conta de quem eu sou.
Reconhecer que eu impero a causa do meu abandono
E do olhar como um problema, que não deve ser reconhecido, portanto escondido,
Para que não cause mais danos,
Não provoque constrangimentos.
Essa sou a eu
Que insisto em ver no espelho
Nas ações
Que fardo.
Essa eu que se fez como uma destruição, causará a própria  erupção.
Por isso é preciso coragem,
Você não tem ideia do desconhecido.

domingo, 16 de junho de 2019

Estou deixando muitos pensamentos escaparem, se esvoaçarem no vento gelado, na neve leve como chuva, no fluxo intenso que vai e vem. Minha alma sente mais do que uma pedra de toneladas, sou racional e me liberto do amor antigo mas uma foto me faz voltar, voltar àquele sentimento que aquecia o peito, à admiração e o bem estar. Sentia tanto por você. Fiz o possível e o não possível pra mais um dia, mais um cinema, mais um amor contigo. Deixo-me me guiar pelo emocional mais do que deveria, mas o sentir é que me dá vontade de seguir em frente, sem essa faísca vejo-me como um corpo morto, indiferente, apático e sem brilho. O sentir me move. Sei que tenho uma história, um background completamente único. Porém, sinto e me enxergo como um lixo, logo eu que valorizo tanto a história alheia, os sentimentos e experiências de qualquer um que passe na esquina. Imagino cenas de suas vidas, como chegaram até aqui? Mas quando olho para mim não sinto tanto fascínio, porque meu corpo e meus pés não devem valer tanto, meu esforço é nulo pelo tanto de batalhas que a senhora do lado já passou, meu intelecto é só mais um mediano.
A introversão, meu pior castigo.
A solitude, meu maior romance.

sábado, 1 de junho de 2019

você sabe como é viver dentro da monotonia do olhar caído e estático?
a apatia é a pior das piores coisas e a sensação de estar perdida no espaço e tempo assistindo sua vida de fora passando enquanto pessoas passam e sorriem e conversam e estão progredindo.
você não sabe como é a minha dor e nem faz questão de saber.
nem sei se um dia poderia saber,
sabe quem eu vi ontem? aquele sentir mais profundo intenso que eu tinha, olhos mirados nos castanhos mais lindos.
fiquei com saudades, porque agora tudo que me restou foi o sentido cinza e o olhar vibrado no ponto sem graça da parede.

terça-feira, 26 de março de 2019

I here with the presence of your beauty
You call me and say
Come to my lips, be the hand fitting in me
Like the serotonin captured with no advice by my cells
Being the euphoric sensation inside flooding
My tongue and teeth desiring your soft skin
Feeling the warm coming in and coming out breathless with the eyes i'm in Love
Yes
I want you

Tudo pulsa pulsa vai e vem vem vai
Passos abraços paços
Vem vamos cola aqui
Beijo afego
Até mais passos encontrados
Desencontrados esbarros
Contornos  agora fora da visão
Pressa despressa
Agora para cima em direção paralela
Mais passos mas calmos
Bocas abertas palavras ecoam sorrisos
Tudo pulsa pulsa demais por aqui

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018



Abracei-a fortemente, mas de forte nada tinha dentro de mim. É possível não sentir-se nada?
Seu rosto radiava quando o sorriso veio de encontro ao meu. As expectativas continuaram baixas, até desmoronarem ao ver ele em pé, distante que nem a montanha que se vê da minha janela vancouveriana. Nem um abraço foi dado, assim como não houve um daqueles diálogos enfadonhos sobre a viagem, enquanto o que você mais anseia é deitar-se num travesseiro e viajar nas nuvens. Por um lado, agradeci, por outro, queria ter sido o centro das atenções. Pelo menos o vento gelado encostando no meu rosto foi mais acolhedor.

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Oh, como é cega.
tão cheia da vontade de pensamentos de tequererter
oh, que lindo isso que você faz.
deixe-me te acompanhar.
tão inteligente, tão esforçado.
por causa desse tequererter, que armadilha, que renuncia
quem eu sou? consegue me dizer? não. (já que me tornastes em um nada)
o que escutei na noite anterior?
não.
como vai você? não.
tudo vai ser do meu jeito, não do seu. (vai se foder)
Oh, que tola.
Oh, quanta anulação.

domingo, 14 de outubro de 2018

heavy heart

me afunda, estou presa a âncoras de 50 kg
meu tornozelo sangra e os rastros de sangue
vão se dispersando aos poucos.

N a d a . Não v e j o. Não quero.

mas é tarde, faço forças para voltar a superfície.
estou apática, emotionless
a dor dentro.
fora a morte.

a corrente puxa e puxa
meu rosto cai de frente com a região rochosa.
parecem murros, fortes e certeiros, mais sangue é derramado.

do que adianta? emotionless
olho para cima e há uma luz radiando
encaro
já não sinto meus pés
tudo arde no meu peito
mas ali eu vejo porque é a única visão possível
onde sinto alguma coisa.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Eu te amo.

Também te amo.

.....

Então por que você vai embora?

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Rompimento.

Luisa encontrava-se em êxtase, a hora do parto estava próxima. Se sentia pesada,  havia ali o maior afeto dentro de si, e em seus sonhos os devaneios da nova vida que iria começar a partir daquele momento ardiam. Estava na hora. Uma jovem enfermeira apressou-se e agarrou delicadamente o braço de Luisa, deveria levá-la ao quarto de hospital que planejara meses antes para todo o ritual de nascimento do maior amor da sua vida. Ela andava devagar, suas pernas pareciam patas de elefante, seu rosto suava e o cabelo desgrenhado balançava por causa do ventoral que escapava pela janela. Durante a caminhada eterna, inesperadamente Luisa sentiu algo quente escorrendo entre suas pernas. Olhou para baixo em prantos: sua barriga estava murcha, apesar da sensação de cinquenta quilos, e uma poça de cor avermelhada aumentava a cada segundo embaixo dos seus pés. Sua expressão rapidamente se metamorfoseou enquanto se soltava da enfermeira, caindo no chão. Os velhinhos que cochilavam na sala de espera do hospital acordaram com o maior grito que poderia se escutar nas redondezas. Era o grito de Luisa, que se contorcia no chão de dor e tristeza, ensanguentada  com todo o afeto que carregava. O grito pareceu durar uma eternidade.

"naaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaooooooooooooooooo"